Eu me lembro ainda, já faz algum tempo, a primeira vez que entrei em uma milonga. Mal sabia os primeiros passos, creio que havia feito apenas uma aula de tango com o Prof. Marcio Carreiro. Era o aniversário dele, fomos a sua festa... Linda , animada, dois salões, no salão de baixo, dança de salão e no salão de cima o Tango. Bailei um pouco de bolero e samba e então quis presenciar o tango. ..
Quando entrei e vi o salão iluminado, a pista repleta de dançarinos, mulheres elegantes, passos lindos... senti o meu coração bater mais forte . Aquela musica, aquele clima, tudo aquilo se apresentou como um mundo diferente do que já conhecia. Um mundo que sempre havia sonhado. A música parou, então percebi que os dançarinos trocavam de pares... Pensei, então, onde estava eu , esse tempo todo de minha vida , sempre freqüentando salões de dança , que não conhecia esse movimento tangueiro? É claro que eu sabia que havia academias de tango e bailes de tango, mas sempre imaginava que para se dançar o tango era necessário ter um par constante, ensaiar passos. Eu pensava no tango apenas como o tango show, passos , saltos, espetáculos. Não imaginava que se podia bailar com vários cavalheiros... Por isso nunca havia interessado em conhecer o tango. Nunca gostei de bailar apenas com um dançarino. Sempre preferi bailar com vários cavalheiros para curtir os movimentos de cada um. Até já tive alguns problemas com namorados por este motivo... mas isso é outra história... Não participar daquele grupo tão maravilhoso, todos imponentes, altivos e distantes , diferente de tudo que conhecia, era frustrante...Naquele momento senti um vazio enorme de não saber dançar aquele ritmo, tão sensual, com movimentos coreográficos precisos, com uma integração do par num só movimento. Naquela época eu freqüentava os bailes e bailava todos os ritmos. Muitas vezes algum dançarino me convidava para fazer aula de tango em alguma academia . Até meu ex-professor de dança de salão, o capitão Jaime, grande incentivador do tango, sempre dizia que eu deveria aprender os passos e compassos daquela dança tão emocionante... Mas realmente não me interessava porque pensava que teria que ter um par constante para bailar . Não imaginava que aqueles movimentos coreográficos, tão espetaculares e no meu entender difíceis de ser executados, fossem possíveis de se bailar com diferentes parceiros. ..
Então, diante daquele grupo de dançarinos de tango, sempre alternando as parceiras, fiquei simplesmente paralizada, e ao mesmo tempo, num misto de decepção comigo mesma por não estar lá, participando do grupo. Estava com uma amiga, num canto do salão, então percebi que havia um elegante rapaz , encostado na marquize , olhando insistemente para a minha direção. Eu me encolhi, como se quisesse esconder de mim mesma...e comecei a conversar com minha amiga disfarçando para que ele não percebesse a minha insegurança, por não saber bailar o tango. Seria um vexame, se ele me convidasse a bailar...Mas não deu outra, ele se aproximou e delicamente me convidou a bailar um tanguinho. Eu respondi que não sabia dançar tango, que apenas havia aprendido os 8 passos básicos. Então ele disse , que poderíamos tentar...
Como bailava bem o bolero, pensei que talvez sendo levada, conseguiria acompanhá-lo. Nossa , foi o maior fiasco, ele seguia para um lado e eu para outro. Então eu disse a ele, que estava iniciando no tango que depois de um mês a gente poderia voltar a dançar ...Como era ingênua, pensei que se poderia bailar o tango em um mês de aulas. Ao que o simpático dançarino respondeu: um mês? No mínimo quatro anos, daqui a quatro anos podemos dançar... Eu pensei : quatro anos para eu começar a bailar tango? Vou mostrar para esse rapaz que vou aprender a bailar em muito menos tempo... Senti que estava sendo desafiada, e então segui em frente dedicando a aulas e freqüentando bailinhos. Com dois meses de aulas eu já estava comemorando meu aniversário num baile de tango no Beco da Boemia, do meu professor Marcio Carreiro. Foi uma linda festa! Bailei com todos os dançarinos da festa – claro que não sabia bailar bem, mas foi o começo... da minha historia e da minha paixão pelo Tango.
Quando entrei e vi o salão iluminado, a pista repleta de dançarinos, mulheres elegantes, passos lindos... senti o meu coração bater mais forte . Aquela musica, aquele clima, tudo aquilo se apresentou como um mundo diferente do que já conhecia. Um mundo que sempre havia sonhado. A música parou, então percebi que os dançarinos trocavam de pares... Pensei, então, onde estava eu , esse tempo todo de minha vida , sempre freqüentando salões de dança , que não conhecia esse movimento tangueiro? É claro que eu sabia que havia academias de tango e bailes de tango, mas sempre imaginava que para se dançar o tango era necessário ter um par constante, ensaiar passos. Eu pensava no tango apenas como o tango show, passos , saltos, espetáculos. Não imaginava que se podia bailar com vários cavalheiros... Por isso nunca havia interessado em conhecer o tango. Nunca gostei de bailar apenas com um dançarino. Sempre preferi bailar com vários cavalheiros para curtir os movimentos de cada um. Até já tive alguns problemas com namorados por este motivo... mas isso é outra história... Não participar daquele grupo tão maravilhoso, todos imponentes, altivos e distantes , diferente de tudo que conhecia, era frustrante...Naquele momento senti um vazio enorme de não saber dançar aquele ritmo, tão sensual, com movimentos coreográficos precisos, com uma integração do par num só movimento. Naquela época eu freqüentava os bailes e bailava todos os ritmos. Muitas vezes algum dançarino me convidava para fazer aula de tango em alguma academia . Até meu ex-professor de dança de salão, o capitão Jaime, grande incentivador do tango, sempre dizia que eu deveria aprender os passos e compassos daquela dança tão emocionante... Mas realmente não me interessava porque pensava que teria que ter um par constante para bailar . Não imaginava que aqueles movimentos coreográficos, tão espetaculares e no meu entender difíceis de ser executados, fossem possíveis de se bailar com diferentes parceiros. ..
Então, diante daquele grupo de dançarinos de tango, sempre alternando as parceiras, fiquei simplesmente paralizada, e ao mesmo tempo, num misto de decepção comigo mesma por não estar lá, participando do grupo. Estava com uma amiga, num canto do salão, então percebi que havia um elegante rapaz , encostado na marquize , olhando insistemente para a minha direção. Eu me encolhi, como se quisesse esconder de mim mesma...e comecei a conversar com minha amiga disfarçando para que ele não percebesse a minha insegurança, por não saber bailar o tango. Seria um vexame, se ele me convidasse a bailar...Mas não deu outra, ele se aproximou e delicamente me convidou a bailar um tanguinho. Eu respondi que não sabia dançar tango, que apenas havia aprendido os 8 passos básicos. Então ele disse , que poderíamos tentar...
Como bailava bem o bolero, pensei que talvez sendo levada, conseguiria acompanhá-lo. Nossa , foi o maior fiasco, ele seguia para um lado e eu para outro. Então eu disse a ele, que estava iniciando no tango que depois de um mês a gente poderia voltar a dançar ...Como era ingênua, pensei que se poderia bailar o tango em um mês de aulas. Ao que o simpático dançarino respondeu: um mês? No mínimo quatro anos, daqui a quatro anos podemos dançar... Eu pensei : quatro anos para eu começar a bailar tango? Vou mostrar para esse rapaz que vou aprender a bailar em muito menos tempo... Senti que estava sendo desafiada, e então segui em frente dedicando a aulas e freqüentando bailinhos. Com dois meses de aulas eu já estava comemorando meu aniversário num baile de tango no Beco da Boemia, do meu professor Marcio Carreiro. Foi uma linda festa! Bailei com todos os dançarinos da festa – claro que não sabia bailar bem, mas foi o começo... da minha historia e da minha paixão pelo Tango.
Elza Moreira
